AS MARCAS ESTÃO PREPARADAS PARA A PRATICIDADE DAS COISAS?

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A busca pela praticidade. Hoje, milhões de usuários já conversam com dispositivos eletrônicos por meio de assistentes virtuais e têm problemas solucionados e necessidades atendidas sem fazer muito esforço. Tarefas comuns do dia a dia, como programar o alarme de casa, agendar a revisão do carro, conferir e marcar compromissos na agenda, são realizadas por simples comandos de voz – e, cada dia mais, vejo as pessoas familiarizadas com isso.

As compras do mês são um bom exemplo. A assistente virtual é capaz, por exemplo, de cruzar compras anteriores com os compromissos da sua agenda – sabendo quantas refeições serão feitas em casa – e, assim, sugerir uma lista adequada para suas necessidades. Ela pode, ainda, fazer essas compras de forma autônoma e, ao avaliar seus objetivos de redução de custos, propor marcas mais baratas (após conferir os reviews disponíveis na internet).

Todas essas (e milhares de outras) possibilidades indicam para o surgimento de um consumidor ainda mais informado – afinal, ele tem ferramentas poderosas de análise de dados à sua disposição. Além disso, máquinas tão avançadas que poderão fornecer informações relevantes no tempo certo e tomar decisões pelo consumidor trazem para o cenário a necessidade inequívoca de experiências personalizadas, capazes de, assim como as assistentes virtuais, se adequar às necessidades reais de cada um.

A boa notícia é que, se, por um lado, a “era da voz” promove o empoderamento do indivíduo, por outro, dá às empresas uma ampla capacidade de capturar e analisar informações graças a equipamentos pessoais que contam com a habilidade de observar, aprender, interpretar e prever comportamentos com uma velocidade e precisão (hoje) impressionantes.

Por isso, analisar esse cenário exige um olhar mais profundo sobre como essa tecnologia é capaz de transformar a conexão entre clientes e empresas.

As marcas estão preparadas para essa nova realidade?

Algumas marcas já usam as assistentes virtuais para tentar conquistar clientes. A Starbucks vem testando – por meio da integração com a Alexa – o uso de IA no seu aplicativo para atender aos pedidos. Basta o usuário falar em voz alta o que deseja e o pedido é anotado, dispensando a interação humana. Outra exemplo é o Burger King, que lançou, no início de 2017, uma propaganda provocando os consumidores a conhecerem os ingredientes de um dos hambúrgueres mais tradicionais da marca por meio do Google Home.

Mas essas são técnicas de advertising tradicionais usadas em um cenário totalmente disruptivo. A realidade é que as assistentes vão modificar a maneira como os clientes acessam as empresas. Em vez de conduzidos por meio de estratégias digitais, os consumidores serão levados até determinada marca pelas plataformas de Inteligência Artificial – a partir da avaliação das melhores ofertas, comparando custos, verificando a aceitação no mercado e a qualidade do produto ou serviço.

Perceba o impacto que essas mudanças terão na maneira como as empresas organizam as suas soluções de marketing. Muda a forma como a marca se posiciona no mercado e a maneira como se relaciona com seu público-alvo. Como realiza ofertas de produtos e serviços. Como define sua estratégia de branding. Ou seja, todo trabalho de tornar a empresa mais desejada e presente no dia a dia dos consumidores estará atrelado à sua capacidade de ser relevante para uma máquina altamente inteligente. Se os anúncios e campanhas serão direcionados pelas próprias plataformas, como você vai estar no comando? Mudam as regras de análise, a forma como você opera no universo Analytics e aquisição de clientes será mais uma ciência do que qualquer outra coisa.

Embora a Amazon diga que não tem planos de adicionar um recurso que permita às marcas fazer propaganda por meio da Alexa, a tendência é que isso se torne inevitável. As próprias plataformas de AI vão ter mecanismos para recomendar produtos aos consumidores com base no seu histórico de perguntas, gerando uma importante fonte de receita. E as empresas deverão realocar os seus investimentos em publicidade para as plataformas de voz, bem como moldar as suas ofertas e estratégias para que os seus produtos alcancem os clientes certos.

Nesse contexto, as questões de SEO terão outro sentido. Por meio de dados sobre seus hábitos e preferências, as plataformas terão muita influência sobre a oferta de preços e promoções e estarão aptas para entender se a sua propaganda é relevante ou não. Os impulsos feitos por grandes campanhas perdem peso, impactando diretamente nas próprias relações de consumo. Será mais fácil conhecer os interesses, gostos, desejos e o perfil dos clientes por meio da plataforma de IA do que pela própria interação com o consumidor. E, assim, as assistentes virtuais se tornam o mais poderoso meio de marketing, canal de vendas e distribuição, atendimento e serviços – tudo em um só -, e a sua empresa precisa se preparar para isso.

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